Entre algoritmos e silêncios: como a exaustão digital e os feminicídios revelam um sistema que nos mata aos poucos.

Cazuza escreveu e cantou com fúria e poesia: “O tempo não para”. E é verdade. O tempo não espera ninguém. Mas talvez ele apenas não pare para o sistema. Porque, para o corpo, ele pesa. Ele marca. Ele avisa. Ele para sim — quando o burnout chega, quando a depressão paralisa, quando o colapso físico ou emocional nos força a escutar o que fingíamos não ouvir.

Nos disseram que “Deus ajuda quem cedo madruga”, mas será mesmo? Vivemos hoje a inversão do descanso como virtude — a exaustão virou medalha, produtividade virou moral, e o tempo de viver foi substituído pelo tempo de “entregar”. Como se a vida fosse uma eterna fila de produtividade exigida, medida, ranqueada. Como se o tempo de ser não tivesse mais espaço entre as notificações.

Essa visão poética nos inspira a viver intensamente, a não nos conformarmos com o status quo e a buscarmos constantemente nossos objetivos. No entanto, é essencial reconhecer que, embora o tempo não pare, nosso corpo biológico possui suas próprias etapas e limitações.​

Ignorar os sinais do corpo em nome de uma produtividade incessante pode levar ao esgotamento físico e mental. É fundamental equilibrar a busca por nossos sonhos com o cuidado com nossa saúde e bem-estar.


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