A cena era digna de um boteco de esquina numa sexta-feira de chuva, só que o boteco era o tabuleiro geopolítico global e os jogadores… bem, digamos que tinham um ego maior que um pastel de feira. De um lado, o magnata Donald Trump, empoleirado no trono da Casa Branca como um Rei Midas que tudo que tocava virava… processo. Ele olhava para o Brasil com aquele olhar de quem acha que o mundo é um grande reality show onde ele sempre tem o voto de Minerva. “Tarifas!” berrou, batendo o punho no mapa como se fosse a mesa do truco. “50% no aço! Vamos ver se o ‘Zé Carioca’ aguenta!” Era o famoso “seis de copas” dele. Achou que era carta ganhadora.
Do outro lado, sentado num tamborete que já viu mais confusão que delegacia de 2ª feira, tava o Lula, acompanhado de Macron, Van Der Leyen, Ji Ping… Ajeitou o boné, puxou um gole de café coado no pano (o único filtro que confiava) e soltou aquele riso conhecido, o de quem já viu barco afundar e sabe como boiar. “Trump acha que é truco, hein? Pô, meu rei, truco a gente joga com malícia, não com berro.” Enquanto os assessores suavam frio e consultavam tratados econômicos mais grossos que lista de compras de mês, Lula coçou a barba. “Ele deu seis? Então bora de nove. Não, pera… melhor. Bora de ZAP.”
E foi assim. Enquanto o mundo esperava um recuo, um choro ou no máximo um “tenho família!”, o Brasil, sob o comando do velho lobo do ABC, sacou da cartola não um coelho, mas uma lista de tarifas. 50%? Pois então toma 50% também, seu Donald! No etanol, no trigo, naquele suco de laranja que o americano médio toma achando que é vitamina… e, a cereja do bolo, nos produtos químicos! “Química é coisa séria, Trump”, deve ter pensado Lula, com um sorriso de canto de boca. “Mexeu com o feijão do brasileiro? Toma um pouco do gás do teu industrial!”
Foi o maior “Zap!” da diplomacia desde que um malandro vendeu o Vasco pra um gringo. Trump ficou com cara de quem tomou um “contra-golpe” no truco. Esperneou? Esperneou. Chamou de injusto? Chamou. Mas o blefe desmontado dói. O camarote internacional, acostumado às bravatas do ex-presidente, dessa vez deu risada. Até o Macron, lá na França, deve ter soltado um “Oh là là… le vieux Brésilien l’a bien eu!” O cara que se gabava de ser o “Rei do Acordo” foi pego no pulo pelo crioulo velhaco que aprendeu a negociar na marra, entre greves e mesas de negociação cheias de café frio.
A moral da história? Nunca subestime um jogador de truco que cortou os dentes na política brasileira. Enquanto Trump jogava com cartas marcadas de ouro, Lula jogava com a paciência de quem sabe que a partida é longa e a malandragem vence o berreiro. Ele não foi de “nove”, foi direto de “Zap” – e o Trump, acostumado a assustar com a voz grossa, levou um susto de verdade.
E o Brasil? Saiu da rodada não só com o dinheiro no bolso (ou melhor, nos cofres), mas com aquele respeito que só quem levanta a mesa com um blefe magistral consegue. Afinal, como diria o próprio: “Contra fatos, não há argumentos”. E contra um Zap bem dado, nem Trump tem cartas. Fica a dica, mundo: não mexam com o feijão do brasileiro. O velho Lula ainda tem muito truco na manga. E sabe usar.


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